A digitalização da vida

O processo de digitalização de quase tudo, como reflexo da tecnologia e da consequente conectividade presentes no cotidiano das pessoas, já caminhava a passos largos quando foi abruptamente acelerada pela pandemia de COVID-19. O novo estilo de vida exigiu a prática de novos conhecimentos e formatos de interação para driblar o distanciamento físico e manter a engrenagem social funcionando, minimizando os impactos colaterais que a reclusão causou.

Com a nova configuração das relações, muitas empresas, buscando manterem-se competitivas, se viram obrigadas a remodelar seus formatos de trabalho, implantando ou ampliando o sistema remoto entre os colaboradores. As pessoas passaram então, por meio da internet, a trabalhar diretamente de suas casas, conectadas formalmente às suas respectivas equipes e organizações. Com isso, o conceito de home-office foi incorporado ao dia a dia e uma nova dinâmica de atuação profissional foi construída, absorvida e aceita pela sociedade.

O trabalho tornou-se mais dinâmico, e o tempo, a moeda de troca mais valiosa e disputada entre empresas e funcionários. Surgiram, assim, diferentes opções e modelos de negócios, tarefas e métodos operacionais, a fim de atender as crescentes demandas de uma sociedade cada vez mais dependente de ideias, produtos e serviços ligados às tecnologias. Distâncias foram encurtadas, o acesso ao conhecimento ampliado e a comunicação ganhou velocidade entre seus diferentes interlocutores.  

É evidente que são muitas as conquistas, mas esse vasto cenário de oportunidades também traz consigo profundos desafios de ordem social. Isso porque, mais do que exigir novos conhecimentos técnicos para a adequação ao mercado de trabalho – adquiridos, inclusive, através da internet –, esses desafios exigem uma ressignificação da relação das pessoas com a tecnologia e da percepção de liberdade que o trabalho remoto pressupõe. Dessa equação, valores como disciplina, organização, envolvimento e comprometimento são fundamentais para produzir resultados positivos diante da sedução à procrastinação que os canais digitais entregam. A familiaridade, sobretudo dos mais jovens, com a internet e suas ferramentas não reflete necessariamente na habilidade destes diante da avaliação e interpretação de informações que desfilam pela web, pois as empresas não podem supor que esses novos (e potenciais) trabalhadores, por terem fluência nas mídias sociais, serão igualmente perspicazes no que diz respeito a tudo o que encontrarem nesse ambiente. Soma-se a isso a falta de relacionamento interpessoal que a própria tecnologia ajudou a formatar, criando uma geração inábil diante das frustrações, das recusas e dos desafios que a vida profissional exige.

Um olhar humano sobre essa digitalização da vida é essencial para que a relação das pessoas com o trabalho seja duradoura, lucrativa e saudável emocionalmente, refletindo uma sociedade funcional e respeitosa.

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